RF - O Pedro Rolo Duarte está neste momento, em simultâneo, na rádio, na televisão e na imprensa.
PRD- E na Internet (risos)
RF – O que é que falta? O que é que vem a seguir?
PRD – Bela pergunta. Não falta nada.(...)Há fases em que cai tudo em cima de nós, lembram-se todos de nós ao mesmo tempo, e há fases em que somos absolutamente esquecidos, ignorados e postos de parte. Eu já passei pelas duas. Estou a aproveitar esta.
PRD – Ser jornalista é ter curiosidade. Essa é a chave. E depois à curiosidade acrescenta-se o gosto por comunicar, o gosto por escrever, o gosto por ler, o gosto por observar, o gosto por ouvir. (...)
RF – Em 2003 escreveu no DNA uma crónica intitulada “A blague dos blogues”, onde criticava o uso da blogosfera por quem já tinha espaço mediático nos jornais. Em 2006 escreve no DN outra crónica intitulada “Mais vale tarde…”, em que com a chegada de Vasco Pulido Valente à blogosfera retira tudo o que disse 3 anos antes. Em 2009 não só tem um blogue pessoal, como tem o programa “Janela Indiscreta” sobre blogues. O que mudou entre 2003 e 2009?
RF- E a “Janela Indiscreta”?
PRD - Em 2006 quando saí do DN fui para casa. Não tinha nada para fazer. E o Rui Pêgo, director da Antena 1, telefonou-me a dizer que eu não podia estar sem nada para fazer, pelo menos tinha de voltar à rádio. Então combinámos que eu ia ter um programa. Fomos almoçar e no decorrer da conversa começamos a falar de blogues porque ele também não percebia muito da matéria. E às tantas é ele que diz: “e se nós fizéssemos uma coisa do género revista de imprensa diária mas aplicada à blogosfera”? Mas estávamos a conversar para alguém fazer. E ele perguntou-me: “porque é que não fazes tu?” E aceitei, estava sem nada para fazer.
RF – Twitter, Facebook, Star Tracker. As redes sociais são uma nova forma de comunicar?
PRD – Acho que é uma extensão da comunicação previamente existente. Não diabolizo as redes sociais, mas também não as ponho nos píncaros. Não é nada de extraordinário. (...)
RF – E é difícil falar com elas?
RF – E o programa “Fala com elas” como surge?
PRD – O programa também foi uma coincidência de interesses. Eu não fazia televisão há 3 anos. Tinha feito um programa de entrevistas na SIC Mulher, foi a última coisa que fiz. Estava a preparar-me para voltar à SIC Mulher, as coisas atrasaram, não se proporcionou e a RTPn fez-me o convite. A ideia não é minha, é deles desde o início, achei engraçada a ideia. Porque não moderar um programa de mulheres? Mas é uma coisa modesta. Nem sequer é um trabalho de autor, eu sou apenas o moderador. Ajudei a juntar aquele painel, a escolha final das pessoas também não é minha. Eu ali sou uma espécie de operário.
RF – É mais difícil ser jornalista hoje do que quando começou?
RF – Se não fosse jornalista o que gostava de ser?
PRD – Cozinheiro (risos)
RF – Porquê?
PRD – Adoro cozinhar, além de gostar de comer também gosto de cozinhar, e foi um prazer que descobri há pouco, talvez há 10 anos. E pelo qual me apaixono todos os dias mais um bocadinho. Nem sei se hoje em dia não gosto mais de cozinhar do que de escrever.
RF – Quem é o Pedro Rolo Duarte?
PRD – É um tipo comum. É uma pessoa absolutamente comum e normal, que teve a sorte de se apaixonar pela sua profissão muito cedo. Com 5, 6 anos já queria ser jornalista e nunca mudei de ideias. Comecei a trabalhar muito cedo e a ter alguma relevância na minha área, facilmente me tornei numa pessoa muito convencida e a achar que era o máximo, rapidamente levei na cabeça tanto tanto que percebi que era um tipo comum. A humildade que não tive no começo de carreira tive passado 10 anos, não demorou muito a chegar, e hoje tenho 45 anos e sou uma pessoa igual às outras, não me levo muito a sério, não me atribuo excessiva importância. E como isto é mesmo uma passagem é para aproveitar enquanto cá estamos.
RF – Que pergunta é que nunca lhe fizeram e que gostava de ter respondido?
PRD – (...) Sabe porque é difícil responder a isso? Porque quando se leva na cabeça o suficiente para se ganhar humildade, de repente não me atribuo grande importância. Acho que não desperto grande curiosidade. Um dos erros que eu cometi foi que expus demasiado a minha vida privada. Portanto quem quiser saber quem sou, não precisa de perguntar nada. Está tudo mais ou menos publicado em algum lugar.
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