terça-feira, 22 de setembro de 2009

Entrevista a Sara Batalha – directora da Media Training Worldwide Portugal

Chegou a falar ao telemóvel e despediu-se com o telemóvel a tocar. "Solicitações profissionais", explicou. Sara Batalha fala a sorrir e com os olhos a brilhar. Esta profissional da comunicação explicou-nos o poder das palavras e da comunicação não verbal.

Rita Filipe - Em que consiste o media training ?
Sara Batalha - Media training quer dizer formação para os media. É formar alguém para falar com jornalistas e através dos jornalistas. (...)


RF - E como é que surge a ideia de trazer a MTW para Portugal?
SB - Eu fui jornalista durante bastantes anos, de imprensa, rádio e televisão e trabalhei como consultora de comunicação. E ao longo destas duas facetas profissionais percebi que as pessoas não sabem bem o que dizer. (...) Em Portugal as únicas pessoas a fazer alguma coisa parecida são jornalistas, não são profissionais em media training, e ao conhecer o TJ Walker percebi que era uma faceta de comunicação especializada que não existia em Portugal, (...) achei que era a altura indicada com o aproximar das eleições, de surgir com algo (…), com uma formação para líderes, e a ensinar profissionais a comunicar como líderes. (...)

RF - Em que consiste a formação em media training, o que ensinas a quem te procura?
SB - A MTW trabalha em 3 áreas específicas, em media, em public speaking e em apresentações para audiências várias. Em media a formação da mtw é personalizada. Nós costumamos dizer que é de alta-costura. O que quer dizer, que apesar de existir um padrão, de conceitos e técnicas básicas, cada pessoa tem o seu plano de formação.

RF - Que sectores profissionais é que podem contratar os teus serviços?
SB - Qualquer profissional que esteja disposto a investir nas suas competências de comunicação de forma a conseguir destacar-se no seu sector, e isto desde um enfermeiro, a um policia, a um advogado, a um jogador de futebol, a um artista, a um empresário, a um estudante. (...) E o que é que é imprescindível? Saber passar com eficácia a minha mensagem, perceber a importância da linguagem não verbal e o que é que ela transmite, e saber adequar a minha mensagem aos diferentes públicos. Quem o conseguir fazer será um comunicador melhor que os outros. Irá comunicar de forma mais eficaz.

RF – Dá-me um exemplo de uma figura pública que na tua opinião use a comunicação com os media de forma eficaz.
SB – Talento não é tudo! (...) Toda a gente diz que Paulo Portas fala muito bem e que José Sócrates parece muito ensinado. Ambos conseguem passar a sua mensagem. Se conseguem votos já é outro assunto. Temos por outro lado um Joe Berardo ou um Alberto João Jardim que toda a gente diz que não sabe falar, mas a verdade é que um consegue votos e o outro negócios. E conseguem destaque e tempo de antena. Eles não falam bem, aparentemente. Temos os dois lados da moeda. (...)
RF - Com quem é que gostarias de trabalhar? Se pudesses escolher uma figura pública para dar formação, quem escolherias?
SB - Confesso que gosto de trabalhar exactamente ao contrário. Gosto de trabalhar com pessoas que não são figuras públicas e torná-los tão bons que se tornam figuras públicas depois. Esse é o meu maior desafio. É pegar em alguém que quer mudar, e que tem a vontade, e que quer melhorar e influenciar a longo prazo. Dizem-me assim:

- Sara, eu daqui a um ano quero ser presidente da Junta de freguesia.

Este cliente é um construtor civil, e eu pego nessa pessoa e dou-lhe as ferramentas necessárias, para que sem deixar de ser quem é, apenas aprimorar, puxo pelo melhor que ela tem. E isso, qualquer pessoa pode fazer. Pode ser um estudante universitário, um professor, um politico secundário ou mesmo um jornalista. Quem se quer destacar, ser especialista, tornar-se uma autoridade na sua área profissional tem de saber comunicar.
Pode ler a entrevista completa aqui

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